Quando o desfralde se torna um desafio
Quando chega a altura de largar a fralda, é natural surgirem dúvidas. E por vezes, o desfralde transforma-se numa fonte de ansiedade e frustração tanto para os pais como para a criança. O medo de não conseguir, as comparações com outros, ou a pressão para avançar demasiado cedo podem dificultar este processo tão importante para a autonomia.
O que pode acontecer:
- Recusa tirar a fralda ou usar o bacio/sanita.
- Retrocessos frequentes, mesmo após algumas conquistas.
- Ansiedade e medo de “falhar” à frente dos adultos ou colegas.
- Mostrar resistência ou inquietação sempre que se fala do bacio.

Por que razão o desfralde é tão importante?
Falar sobre o desfralde é falar de uma aprendizagem natural e cheia de significado. O controlo dos esfíncteres faz parte do desenvolvimento de cada criança. Esta etapa permite à criança descobrir-se, ganhar autonomia e conhecer melhor o seu corpo.
Apoiar, motivar e acreditar que a criança é capaz são gestos essenciais neste percurso.
Quando este processo acontece ao ritmo de cada um, durante a creche, reforça-se a autoestima e preparam-se as bases para um crescimento verdadeiramente saudável e autónomo.
Como apoiamos e acompanhamos o desfralde na creche
 
A nossa abordagem
Na Lua Crescente, o desfralde é vivido como um processo natural, tranquilo e respeitador do ritmo de cada criança. Envolvemos as famílias, acompanhamos cada sinal e transformamos esta etapa numa experiência positiva, cheia de confiança.
O nosso foco está na motivação, na autonomia e num ambiente seguro, onde passo a passo (com os andaimes da altura certa) se ultrapassa este desafio.
Conheça as nossas principais estratégias:
 
Observação atenta – Reconhecemos sinais de prontidão em cada criança.
 
Ritmo individual – Respeitamos o tempo de cada um, sem pressas nem comparações.
 
Encorajamento constante – Valorizamos todas as conquistas, mesmo as mais pequenas.
 
Rotinas seguras – Mantemos horários e hábitos consistentes, para estabelecer segurança.
 
Ligação com a família – Partilhamos estratégias e ajudamos a ultrapassar o medo do insucesso.
 
Ambiente de confiança – Garantimos que a criança se sente acolhida, sem medo ou vergonha se falhar.
 
 
E em casa, como devo começar o desfralde?
 
Os nossos conselhos
O desfralde é um dos desafios que traz mais inseguranças e dúvidas. É normal sentir receio de falhar ou de não saber o que fazer. Lembre-se: cada criança tem o seu ritmo e não está sozinho neste caminho.
Veja como pode tornar o desfralde mais leve e positivo:
 
Falar e explicar à criança o que está a acontecer, sem pressas nem dramatismos.
 
Explorar, em família, as opções mais confortáveis (bacio/sanita/redutor...)
 
Valorizar cada ida ao bacio/sanita, mesmo que nem sempre corra bem.
 
Manter rotinas consistentes: os horários ajudam a criar segurança e previsibilidade.
 
Usar roupas fáceis de despir e facilitar o acesso ao bacio pode evitar frustrações desnecessárias.
 
Oferecer incentivo sem pressões e elogiar o esforço, mesmo que haja acidentes.
 
“Mas ele ainda é pequenino…”: é natural pensar assim, mas confie: quando há sinais de prontidão, a criança é capaz.
 
Respeitar o ritmo da criança, sem comparar com outros, cada criança tem o seu tempo.
 
Manter a calma em caso de acidentes e tratá-los com naturalidade, responsabilizando a criança de acordo com a sua capacidade.
Conheça quem fala consigo, com o coração e experiência
 
Ana Santos
Educadora de Creche
Ana Santos
Educadora de Creche
Ana Santos,
Desde cedo se recorda de querer ser educadora de infância... a mãe, [professora] ainda tentou demovê-la, mas sem sucesso ... esta escolha (con)sentida assentou principalmente no facto de acreditar que a educação pré-escolar [incluindo a creche] ser uma etapa fundamental, um pilar para as restantes aprendizagens ao longo da vida. É por valorizar o papel da criança e acreditar que com elas se pode construir um mundo melhor, e acreditar que pode dar o seu contributo para desenvolver cidadãos empenhados nessa construção, que a Ana escolhe e consente ser Educadora de Infância.
Mestre em Educação Pré-escolar, pela ESELx, já trabalha com crianças há (quase) 6anos e continua a dizer, todos os dias, que adora o que faz! Já passou por todas as salas de creche (berçário, 1 ano e 2anos) e acredita que todas elas têm uma magia especial, algo que a cativa, cada uma à sua maneira...
Acreditando que educar é dar às crianças as ferramentas necessárias para que cresçam autónomas, e em pleno; é desafiar, despertar a curiosidade, ouvir, apoiar, proteger e orientar ... é estar presente e saber valorizar cada um; fica de coração cheio quando vê a evolução de cada uma das crianças que passa por si, sabendo que contribuiu de alguma forma para que cada uma delas, do seu jeito, cresça feliz e em harmonia.
Vê na Lua um projeto bastante desafiador, focado nos interesses e necessidades de cada criança. Um projeto onde as crianças têm voz ativa e a sua individualidade é valorizada e integrada no todo que é o grupo. Um projeto que procura valorizar os direitos e opiniões de cada criança em equilíbrio com o respeito pelas regras e deveres. Um projeto que pretende formar cidadãos livres e felizes, que saibam lidar com as suas emoções e sentimentos, para assim viver em harmonia com a natureza (e todos os que dela fazem parte), respeitando a sociedade.
Gostava que as crianças se lembrassem dela com um sorriso e ternura. Como alguém com quem elas passaram momentos de muita alegria e brincadeira e as ajudou a crescer um pouco mais a cada dia
Nascida e criada em terra de mar, adora praia e é junto ao mar que carrega energias. Gosto de passear e conhecer sítios novos; uma boa esplanada ao pôr-do-sol, estar com amigos e a família. Não gosta de intrigas! Quando lhe perguntamos o que a faz rir, diz-nos “Tanta coisa, sou uma pessoa de riso fácil”
Lema de vida? Ser feliz: um dia de cada vez, sempre com pensamento positivo = pensamentos positivos atraem coisas boas.
 
Beatriz Lopes
Educadora de Creche
Beatriz Lopes
Educadora de Creche
Desde pequena, a Beatriz dizia que queria ser professora, mas com o tempo percebeu que era com os mais pequeninos que o seu coração mais vibrava. O sonho de trabalhar com crianças sempre esteve presente, e foi ganhando forma ao longo dos anos, primeiro com o curso profissional de Técnica de Apoio à Infância, depois com a experiência como auxiliar de creche e mais tarde como monitora de ATL no 1.º ciclo do ensino básico.
Licenciada em Educação Básica pelo ISCE- Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo, e recentemente Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º CEB, ao longo do seu percurso académico realizou estágios em diversas valências e contextos, sempre com o mesmo entusiasmo: o de aprender com as crianças e de estar presente no seu crescimento.
Já trabalha com crianças há 7 anos e não se imagina a fazer outra coisa. O que mais a encanta é a autenticidade das crianças, a forma única de viverem o presente com intensidade, curiosidade e alegria. Fascina-a o modo como expressam emoções sem filtros, como se maravilham com o mais simples, e a forma como aprendem e crescem todos os dias.
As idades entre os 0 e os 3 anos são as que a "derretem" mais. É nessa altura que as crianças ainda estão a construir as suas capacidades cognitivas e afetivas e onde os laços afetivos são mais sinceros e espontâneos. A Beatriz sente que ser colo (físico, emocional e simbólico) é das maiores recompensas de quem educa.
Para ela, educar é semear possibilidades. É caminhar ao lado da criança, com empatia, compromisso e intencionalidade, criando oportunidades para que descubra o mundo, a si própria e os outros, num ambiente seguro, afetuoso e estimulante. Acredita profundamente no potencial único de cada criança e na importância de aprendizagens significativas desde os primeiros anos.
Vê na Lua Crescente um projeto profundamente centrado na criança, onde se respeita o seu ritmo natural, a sua curiosidade e vontade de aprender. Destaca a proposta do trabalho de projeto como uma abordagem que valoriza a autonomia, a criatividade e o pensamento crítico, tornando as aprendizagens mais significativas. Para a Beatriz, a Lua é um espaço de confiança, onde crianças, educadores e famílias crescem juntos como uma verdadeira comunidade educativa.
Gostava que as crianças se lembrassem dela com um sorriso no rosto. Como alguém que lhes deu carinho, respeito, muitos momentos de brincadeira e que as ajudou a crescer, sempre com um brilho nos olhos e um sorriso no rosto.
Apaixonada por livros, natureza e viagens, adora passear por espaços verdes e sente-se em casa sempre que vê o mar e o pôr do sol. A cozinha também é um espaço de prazer e criatividade, embora banana não entre na ementa! Gosta de estar com os seus, reunir a família e criar memórias felizes. Detesta injustiças e quem a conhece diz que é de riso fácil, o que faz dela uma presença luminosa onde quer que esteja.
A Beatriz acredita que os sonhos se constroem com esforço, dedicação e esperança. Por isso, "insistir, persistir e nunca desistir dos nossos sonhos" é o seu lema de vida, tendo sempre o coração cheio de amor, propósitos e vontade e os pés bem assentes na terra.
 
Rita Castro
Educadora de Creche
 
Cristina Nunes
Auxiliar de Creche
Cristina Nunes
Auxiliar de Creche
A Cristina sempre sonhou ser cantora, mas foi a trabalhar com crianças que descobriu o seu verdadeiro palco! Tirou o curso profissional de Técnico de Apoio Psicossocial e, desde então, tem-se deixado encantar pelo trabalho com crianças. Adora acompanhar cada conquista, em especial os primeiros passos “em direção à autonomia” das crianças entre 1 e 2 anos.
Acredita que educar é estar presente e orientar, num equilíbrio entre dar a mão e deixar andar sozinho e vê a Lua Crescente a escola ideal para isso! Para ela, este projeto é sobre laços e afetos, que valoriza a individualidade de cada um ao dar espaço à curiosidade e à autonomia.
Sempre de sorriso nos lábios, daqui a uns anos quer ser recordada pelas crianças como alguém que as fez sentirem-se seguras e livres para serem quem são e que nunca se esqueçam do seu colo e dos seus abraços.
É fã de praia e adora passar tempo com a sua família e amigos e confessa que com eles tem sempre uma gargalhada garantida.
 
Paula Santos
Auxiliar de Creche
Paula Santos
Auxiliar de Creche
A Paula tem formação como técnica animadora de ação educativa e já trabalha desde 1996 com crianças, o que corresponde a, precisamente, metade da sua vida dedicada à educação. No entanto, quando era pequena tinha o sonho de ser veterinária.
O que mais gosta é de passar tempo de qualidade com os seus filhos e nada a deixa mais radiante que ver o seu neto crescer feliz e poder acompanhar o seu desenvolvimento diariamente. Gosta de ter a família reunida no seu quintal para almoçar e o seu prato favorito é arroz de marisco.
Trabalhou em algumas escolas antes de chegar à Lua Crescente, destacando que o que a chamou mais à atenção neste projeto foi o respeito pela individualidade de cada criança e a importância dada ao seu desenvolvimento pessoal e social.
O desafio que cada criança lhe dá com as suas diferentes características é o que a mais fascina, sendo que a faixa etária que a “derrete” é a do berçário, pelo desenvolvimento constante que se acompanha; e a do jardim-de-infância pelos diálogos que as crianças mantêm e, também, pelas aprendizagens que estas nos dão. Para a Paula, educar é estimular e acompanhar o desenvolvimento das crianças e gostava que, no final, estas a recordassem como amiga e como alguém que lhes transmite confiança.
Como lema de vida a Paula refere: “Para quê perder tempo a criticar os outros, se o lema da vida é ser feliz”.
 
Telma Mendes
Auxiliar de Creche
Telma Mendes
Auxiliar de Creche
Com 11 sobrinhos e uma filha, a nossa Telma costuma dizer que já tem experiência suficiente para abrir uma mini-escola em casa!
Para a Telma, educar é guiar e ajudar a crescer com respeito e foi na Lua Crescente que encontrou o lugar ideal para o fazer. Acredita que este projeto prepara as crianças para o futuro e as valoriza, respeitando os seus interesses e necessidades.
Adora todas as fases, mas confessa que as crianças com 1 ano a derretem especialmente, pela velocidade a que todas as conquistas acontecem.
“Para a frente é que é caminho” é a frase que a caracteriza e quem se cruza com ela tem sempre direito a uma bela gargalhada!
 
Vera Rocha
Auxiliar de Creche
Vera Rocha
Auxiliar de Creche
Até chegar à Lua Crescente, sempre trabalhou com atendimento ao público, mas foi aqui que descobriu a sua verdadeira paixão: trabalhar com crianças. Mãe de cinco filhos, a nossa “Verinha” adora acompanhar cada fase de desenvolvimento e garante que cada uma é cheia de desafios encantadores!
Para a Vera, educar é dar amor e ensinar a ser e a estar e acredita que a Lua Crescente é o lugar ideal para isso! Um lugar estruturado que apoia as crianças e as famílias no seu dia a dia. Um dia mais tarde, quer ser recordada pelo amor que dá a cada criança e por tudo o que lhes ensina sobre respeitar o próximo.
Está sempre pronta para a festa e música e dança não podem faltar... nem um belo bacalhau com natas, o seu prato favorito! Adora saber que os filhos estão bem, rir com pessoas “de bem com a vida” e não desperdiça uma boa piada.
 
Ana Soraia Vieira
Auxiliar Polivalente
Ana Soraia Vieira
Auxiliar Polivalente
Quando era pequena, a Soraia queria ser advogada, mas é a trabalhar com crianças que se sente realizada! Formou-se em Auxiliar de Ação Educativa e até então acumulou experiência em diversas instituições.
Nutre um carinho especial pelo berçário, mas confessa que todas as idades a fascinam! Adora a honestidade das crianças e a forma empática como consolam os outros.
Procura educar com amizade, para que as crianças se tornem responsáveis e respeitadoras e gostava de ser lembrada com um sorriso, pela simpatia que procura transmitir. Acredita que a Lua Crescente respeita o desenvolvimento pessoal e social de cada criança e destaca a atenção dada a cada família como algo estruturante no projeto.
Se a querem ver contente, contem-lhe uma anedota e dêem-lhe comida (principalmente uma feijoada à transmontana) e quem lhe tira um belo passeio pelo campo com a família, a ouvir o som dos pássaros, tira-lhe tudo!
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE O DESFRALDE NA CRECHE
Qual é a idade certa para iniciar o desfralde na creche?
Não existe uma idade exata, mas a fase da creche é normalmente a mais adequada para começar este processo. O essencial é estar atento aos sinais de prontidão e respeitar o ritmo de cada criança, tornando o desfralde natural e tranquilo.
O desfralde só deve acontecer no verão?
Não. Na Lua Crescente apoiamos as famílias no desfralde em qualquer altura do ano. O desfralde pode e deve ser iniciado assim que a criança demonstre estar pronta e o ambiente seja favorável.
Como sei que o meu filho está pronto para largar a fralda?
Procure sinais de adaptação, como interesse pelo bacio, desconforto com a fralda molhada e vontade de participar nas rotinas de higiene. O apoio da equipa educativa faz toda a diferença nesta fase.
É melhor fazer o desfralde em casa ou na creche?
O ideal é existir continuidade entre casa e creche. A adaptação da criança às rotinas da creche e o trabalho conjunto entre família e educadores potenciam o sucesso do desfralde.
E se a criança recuar ou pedir a fralda novamente?
É natural que a criança teste limites e peça para voltar à fralda, mas o mais importante é manter o caminho iniciado, com calma e confiança. Apoie, explique que não estará sozinha, motive e siga em frente, assim, reforça-se a segurança e autonomia sem dar passos atrás.
Forçar o inicio do desfralde pode ser prejudicial para a criança?
Sim. Pressionar a criança pode gerar ansiedade e afetar a autoestima. O processo deve ser natural e respeitador.
O desfralde é importante para a autonomia e para o desenvolvimento das competências na creche?
Sim. Largar a fralda reforça a autonomia, a responsabilidade, o cumprimento das rotinas e a confiança, trazendo benefícios para o futuro da criança.
Na creche da Lua Crescente, como lidam com os acidentes durante o desfralde?
Quando acontece um acidente, procuramos perceber juntos o que se passou e, com calma, mostramos à criança o que podia ter feito, sem julgamentos. Assim, a criança sente-se segura para pedir para ir ao bacio e sabe que pode sempre contar com o apoio e compreensão do adulto. O acolhimento está sempre no centro da nossa abordagem.
 
 
