Quando a autonomia fica para depois
É fácil pensar que o seu filho ainda é pequeno demais para tantas conquistas, mas adiar o início da autonomia pode trazer mais inseguranças do que proteção. Quando não há espaço para experimentar, a criança perde oportunidades de crescer e acreditar em si própria.
Estes sinais mostram que a autonomia pode estar bloqueada:
- Não querer fazer sozinho tarefas simples.
- Esperar sempre que o adulto faça por ele.
- Mostrar medo ou insegurança perante novos desafios.
- Ficar frustrado ou desistir facilmente ao primeiro erro.

Por que é tão importante estimular a autonomia desde a creche?
Desenvolver a autonomia desde a creche é abrir portas para um crescimento saudável, confiante e feliz.
Ao experimentar, errar e repetir, a criança aprende a confiar em si, a resolver problemas, a persistir e a orgulhar-se das pequenas conquistas.
Assim, trabalhar a autonomia nesta fase fortalece a autoestima, incentiva a curiosidade e prepara o caminho para todos os desafios que a vida vai trazer.
Como estimulamos a autonomia na creche?
 
A nossa abordagem
Na nossa creche, a autonomia começa nos gestos simples: tirar os sapatos, despir o casaco ou arrumar brinquedos. Sabemos que muitos ficam à espera que o adulto faça por eles e é aqui que intervimos: valorizamos o esforço, damos tempo, mostramos como se faz e deixamos a criança experimentar sozinha.
Acreditamos que todos são capazes, ao seu ritmo, e preparamos o ambiente para incentivar a autonomia desde o início.
O que fazemos no dia a dia na creche:
 
Modelagem – exemplificamos, mostramos passo a passo e depois orientamos a criança enquanto experimentar fazer sozinha.
 
Valorização do esforço – Aplaudimos cada tentativa, mesmo que o resultado não seja perfeito. O que importa é querer fazer.
 
Tempo para experimentar – Evitamos a pressa e respeitamos o ritmo de cada criança, para que consiga explorar e tentar sozinha.
 
Estratégia dos andaimes – Damos o apoio necessário no início e vamos retirando gradualmente, até a criança ganhar autonomia.
 
Entreajuda – Os grupos são heterogéneos, por isso, muitas vezes os mais velhos servem de exemplo e motivação para os mais novos.
 
Ambiente adaptado – Disponibilizamos materiais, mobiliário e tarefas à medida das crianças, para facilitar a sua participação ativa em tudo o que podem (e gostam de) fazer.
 
 
Em casa, dê confiança ao seu filho para ser capaz
 
Os nossos conselhos
É natural querer ajudar o seu filho e ainda mais fácil pensar “ele ainda é tão pequenino” ou “se for eu a fazer, despachamo-nos mais depressa”. Mas é justamente ao dar-lhe espaço e tempo para experimentar que o seu filho ganha confiança e aprende.
Veja algumas estratégias simples para apoiar a autonomia em casa:
 
Reserve mais minutos nas rotinas para permitir que tente sozinho.
 
Explique e exemplifique um passo de cada vez, sem exigir perfeição.
 
Elogie cada tentativa, mesmo que o resultado não seja perfeito.
 
Resista à tentação de corrigir imediatamente, deixe que aprenda com os erros e só intervenha se for mesmo necessário.
 
Disponibilize objetos acessíveis (cabides baixos, sapatos à mão, brinquedos organizados).
 
Convide o seu filho a ajudar a pôr a fralda no caixote, a pôr algumas coisas na mochila, a arrumar o que desarrumou, entre outras pequenas tarefas do dia a dia.
 
Celebre as pequenas conquistas e mostre orgulho em cada nova tarefa feita sozinho.
 
Confie mais e Lembre-se: só se aprende a ser capaz quando se tem oportunidade para tentar, mesmo que demore mais tempo.
Conheça quem fala consigo, com o coração e experiência
 
Ana Santos
Educadora de Creche
Ana Santos
Educadora de Creche
Ana Santos,
Desde cedo se recorda de querer ser educadora de infância... a mãe, [professora] ainda tentou demovê-la, mas sem sucesso ... esta escolha (con)sentida assentou principalmente no facto de acreditar que a educação pré-escolar [incluindo a creche] ser uma etapa fundamental, um pilar para as restantes aprendizagens ao longo da vida. É por valorizar o papel da criança e acreditar que com elas se pode construir um mundo melhor, e acreditar que pode dar o seu contributo para desenvolver cidadãos empenhados nessa construção, que a Ana escolhe e consente ser Educadora de Infância.
Mestre em Educação Pré-escolar, pela ESELx, já trabalha com crianças há (quase) 6anos e continua a dizer, todos os dias, que adora o que faz! Já passou por todas as salas de creche (berçário, 1 ano e 2anos) e acredita que todas elas têm uma magia especial, algo que a cativa, cada uma à sua maneira...
Acreditando que educar é dar às crianças as ferramentas necessárias para que cresçam autónomas, e em pleno; é desafiar, despertar a curiosidade, ouvir, apoiar, proteger e orientar ... é estar presente e saber valorizar cada um; fica de coração cheio quando vê a evolução de cada uma das crianças que passa por si, sabendo que contribuiu de alguma forma para que cada uma delas, do seu jeito, cresça feliz e em harmonia.
Vê na Lua um projeto bastante desafiador, focado nos interesses e necessidades de cada criança. Um projeto onde as crianças têm voz ativa e a sua individualidade é valorizada e integrada no todo que é o grupo. Um projeto que procura valorizar os direitos e opiniões de cada criança em equilíbrio com o respeito pelas regras e deveres. Um projeto que pretende formar cidadãos livres e felizes, que saibam lidar com as suas emoções e sentimentos, para assim viver em harmonia com a natureza (e todos os que dela fazem parte), respeitando a sociedade.
Gostava que as crianças se lembrassem dela com um sorriso e ternura. Como alguém com quem elas passaram momentos de muita alegria e brincadeira e as ajudou a crescer um pouco mais a cada dia
Nascida e criada em terra de mar, adora praia e é junto ao mar que carrega energias. Gosto de passear e conhecer sítios novos; uma boa esplanada ao pôr-do-sol, estar com amigos e a família. Não gosta de intrigas! Quando lhe perguntamos o que a faz rir, diz-nos “Tanta coisa, sou uma pessoa de riso fácil”
Lema de vida? Ser feliz: um dia de cada vez, sempre com pensamento positivo = pensamentos positivos atraem coisas boas.
 
Beatriz Lopes
Educadora de Creche
Beatriz Lopes
Educadora de Creche
Desde pequena, a Beatriz dizia que queria ser professora, mas com o tempo percebeu que era com os mais pequeninos que o seu coração mais vibrava. O sonho de trabalhar com crianças sempre esteve presente, e foi ganhando forma ao longo dos anos, primeiro com o curso profissional de Técnica de Apoio à Infância, depois com a experiência como auxiliar de creche e mais tarde como monitora de ATL no 1.º ciclo do ensino básico.
Licenciada em Educação Básica pelo ISCE- Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo, e recentemente Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º CEB, ao longo do seu percurso académico realizou estágios em diversas valências e contextos, sempre com o mesmo entusiasmo: o de aprender com as crianças e de estar presente no seu crescimento.
Já trabalha com crianças há 7 anos e não se imagina a fazer outra coisa. O que mais a encanta é a autenticidade das crianças, a forma única de viverem o presente com intensidade, curiosidade e alegria. Fascina-a o modo como expressam emoções sem filtros, como se maravilham com o mais simples, e a forma como aprendem e crescem todos os dias.
As idades entre os 0 e os 3 anos são as que a "derretem" mais. É nessa altura que as crianças ainda estão a construir as suas capacidades cognitivas e afetivas e onde os laços afetivos são mais sinceros e espontâneos. A Beatriz sente que ser colo (físico, emocional e simbólico) é das maiores recompensas de quem educa.
Para ela, educar é semear possibilidades. É caminhar ao lado da criança, com empatia, compromisso e intencionalidade, criando oportunidades para que descubra o mundo, a si própria e os outros, num ambiente seguro, afetuoso e estimulante. Acredita profundamente no potencial único de cada criança e na importância de aprendizagens significativas desde os primeiros anos.
Vê na Lua Crescente um projeto profundamente centrado na criança, onde se respeita o seu ritmo natural, a sua curiosidade e vontade de aprender. Destaca a proposta do trabalho de projeto como uma abordagem que valoriza a autonomia, a criatividade e o pensamento crítico, tornando as aprendizagens mais significativas. Para a Beatriz, a Lua é um espaço de confiança, onde crianças, educadores e famílias crescem juntos como uma verdadeira comunidade educativa.
Gostava que as crianças se lembrassem dela com um sorriso no rosto. Como alguém que lhes deu carinho, respeito, muitos momentos de brincadeira e que as ajudou a crescer, sempre com um brilho nos olhos e um sorriso no rosto.
Apaixonada por livros, natureza e viagens, adora passear por espaços verdes e sente-se em casa sempre que vê o mar e o pôr do sol. A cozinha também é um espaço de prazer e criatividade, embora banana não entre na ementa! Gosta de estar com os seus, reunir a família e criar memórias felizes. Detesta injustiças e quem a conhece diz que é de riso fácil, o que faz dela uma presença luminosa onde quer que esteja.
A Beatriz acredita que os sonhos se constroem com esforço, dedicação e esperança. Por isso, "insistir, persistir e nunca desistir dos nossos sonhos" é o seu lema de vida, tendo sempre o coração cheio de amor, propósitos e vontade e os pés bem assentes na terra.
 
Rita Castro
Educadora de Creche
 
Cristina Nunes
Auxiliar de Creche
Cristina Nunes
Auxiliar de Creche
A Cristina sempre sonhou ser cantora, mas foi a trabalhar com crianças que descobriu o seu verdadeiro palco! Tirou o curso profissional de Técnico de Apoio Psicossocial e, desde então, tem-se deixado encantar pelo trabalho com crianças. Adora acompanhar cada conquista, em especial os primeiros passos “em direção à autonomia” das crianças entre 1 e 2 anos.
Acredita que educar é estar presente e orientar, num equilíbrio entre dar a mão e deixar andar sozinho e vê a Lua Crescente a escola ideal para isso! Para ela, este projeto é sobre laços e afetos, que valoriza a individualidade de cada um ao dar espaço à curiosidade e à autonomia.
Sempre de sorriso nos lábios, daqui a uns anos quer ser recordada pelas crianças como alguém que as fez sentirem-se seguras e livres para serem quem são e que nunca se esqueçam do seu colo e dos seus abraços.
É fã de praia e adora passar tempo com a sua família e amigos e confessa que com eles tem sempre uma gargalhada garantida.
 
Paula Santos
Auxiliar de Creche
Paula Santos
Auxiliar de Creche
A Paula tem formação como técnica animadora de ação educativa e já trabalha desde 1996 com crianças, o que corresponde a, precisamente, metade da sua vida dedicada à educação. No entanto, quando era pequena tinha o sonho de ser veterinária.
O que mais gosta é de passar tempo de qualidade com os seus filhos e nada a deixa mais radiante que ver o seu neto crescer feliz e poder acompanhar o seu desenvolvimento diariamente. Gosta de ter a família reunida no seu quintal para almoçar e o seu prato favorito é arroz de marisco.
Trabalhou em algumas escolas antes de chegar à Lua Crescente, destacando que o que a chamou mais à atenção neste projeto foi o respeito pela individualidade de cada criança e a importância dada ao seu desenvolvimento pessoal e social.
O desafio que cada criança lhe dá com as suas diferentes características é o que a mais fascina, sendo que a faixa etária que a “derrete” é a do berçário, pelo desenvolvimento constante que se acompanha; e a do jardim-de-infância pelos diálogos que as crianças mantêm e, também, pelas aprendizagens que estas nos dão. Para a Paula, educar é estimular e acompanhar o desenvolvimento das crianças e gostava que, no final, estas a recordassem como amiga e como alguém que lhes transmite confiança.
Como lema de vida a Paula refere: “Para quê perder tempo a criticar os outros, se o lema da vida é ser feliz”.
 
Telma Mendes
Auxiliar de Creche
Telma Mendes
Auxiliar de Creche
Com 11 sobrinhos e uma filha, a nossa Telma costuma dizer que já tem experiência suficiente para abrir uma mini-escola em casa!
Para a Telma, educar é guiar e ajudar a crescer com respeito e foi na Lua Crescente que encontrou o lugar ideal para o fazer. Acredita que este projeto prepara as crianças para o futuro e as valoriza, respeitando os seus interesses e necessidades.
Adora todas as fases, mas confessa que as crianças com 1 ano a derretem especialmente, pela velocidade a que todas as conquistas acontecem.
“Para a frente é que é caminho” é a frase que a caracteriza e quem se cruza com ela tem sempre direito a uma bela gargalhada!
 
Vera Rocha
Auxiliar de Creche
Vera Rocha
Auxiliar de Creche
Até chegar à Lua Crescente, sempre trabalhou com atendimento ao público, mas foi aqui que descobriu a sua verdadeira paixão: trabalhar com crianças. Mãe de cinco filhos, a nossa “Verinha” adora acompanhar cada fase de desenvolvimento e garante que cada uma é cheia de desafios encantadores!
Para a Vera, educar é dar amor e ensinar a ser e a estar e acredita que a Lua Crescente é o lugar ideal para isso! Um lugar estruturado que apoia as crianças e as famílias no seu dia a dia. Um dia mais tarde, quer ser recordada pelo amor que dá a cada criança e por tudo o que lhes ensina sobre respeitar o próximo.
Está sempre pronta para a festa e música e dança não podem faltar... nem um belo bacalhau com natas, o seu prato favorito! Adora saber que os filhos estão bem, rir com pessoas “de bem com a vida” e não desperdiça uma boa piada.
 
Ana Soraia Vieira
Auxiliar Polivalente
Ana Soraia Vieira
Auxiliar Polivalente
Quando era pequena, a Soraia queria ser advogada, mas é a trabalhar com crianças que se sente realizada! Formou-se em Auxiliar de Ação Educativa e até então acumulou experiência em diversas instituições.
Nutre um carinho especial pelo berçário, mas confessa que todas as idades a fascinam! Adora a honestidade das crianças e a forma empática como consolam os outros.
Procura educar com amizade, para que as crianças se tornem responsáveis e respeitadoras e gostava de ser lembrada com um sorriso, pela simpatia que procura transmitir. Acredita que a Lua Crescente respeita o desenvolvimento pessoal e social de cada criança e destaca a atenção dada a cada família como algo estruturante no projeto.
Se a querem ver contente, contem-lhe uma anedota e dêem-lhe comida (principalmente uma feijoada à transmontana) e quem lhe tira um belo passeio pelo campo com a família, a ouvir o som dos pássaros, tira-lhe tudo!
PERGUNTAS FREQUENTES DOS PAIS SOBRE A AUTONOMIA EM CASA E NA CRECHE
O meu filho ainda é muito pequenino. Não será cedo para incentivar a autonomia?
Não. A creche é o momento ideal para iniciar pequenas conquistas. Mesmo os mais pequenos são capazes de muito mais do que parece, desde que tenham tempo, apoio e oportunidade para tentar.
Quais as tarefas que o meu filho pode começar a fazer sozinho na creche e em casa?
Arrumar brinquedos, despir o casaco, tentar calçar-se, ajudar a pôr a mesa ou ir ao bacio. São pequenos gestos que fazem uma grande diferença.
E se eu fizer por ele, não facilita a rotina?
Pode parecer mais rápido, mas retira oportunidades de aprendizagem. O tempo investido agora é ganho em autonomia, confiança, orgulho e capacidade de fazer sozinho, competências que devem ser desenvolvidas a partir dos 24 meses.
Como posso ajudar o meu filho a aprender a fazer sem fazer por ele?
Na idade da creche, desde os 24 meses, estimular a autonomia passa por modelar a tarefa: mostre como se faz, explique os passos, incentive a tentar sozinho e ofereça ajuda apenas quando for mesmo necessário.
E se ele errar ou demorar muito?
Errar e demorar faz parte do processo. Valorize o esforço e celebre cada tentativa, a autonomia cresce com tempo. É através da repetição que a criança aprende e ganha autonomia na creche e em casa.
Os colegas mais velhos ajudam no processo?
Sim! Em grupos heterogéneos na creche, os mais velhos são modelos de autonomia e motivam os mais novos. A partilha de experiências é muito valorizada na educação infantil, estimulando todos a quererem fazer mais e melhor.
O que posso fazer em casa para ajudar o meu filho a ser mais autónomo na creche?
Na educação infantil, pequenas rotinas como deixar que arrume os brinquedos, escolha a roupa ou tente calçar-se sozinho reforçam a autonomia a partir dos 24 meses. Um ambiente preparado ao nível da criança também facilita as novas conquistas.
 
 
