Quando a refeição é um campo de batalha...
Por vezes, a introdução dos sólidos e a autonomia à mesa tornam-se fonte de stress para pais e crianças. Há refeições que parecem eternas, birras, recusa em experimentar novos alimentos e até choro ao ver o prato. Tudo isto afeta o bem-estar da família e pode criar memórias negativas em torno da alimentação.
Os principais comportamentos perante este desafio:
- Recusar provar alimentos sólidos.
- Fazer birras frequentes à mesa.
- Ter dificuldade em segurar a colher ou mastigar.
- Chorar ou mostrar ansiedade sempre que chega a hora de comer.

Por que é tão importante falar sobre este desafio?
Quando as crianças começam a comer sozinhas, não só aprendem a mastigar e a experimentar novos sabores, como desenvolvem competências motoras e sociais fundamentais.
Ao sentarem-se à mesa, lado a lado com os amigos, exploram as primeiras regras sociais, partilham conversas espontâneas e descobrem o prazer do convívio à volta da refeição.
É por isso que, na Lua Crescente, valorizamos tanto este desafio: porque cada garfada é, na verdade, um passo gigante no desenvolvimento.
Como descomplicamos o momento da refeição na creche
 
A nossa abordagem
Na creche, cada refeição é um momento de aprendizagem e partilha, vivido com tranquilidade e respeito pelo ritmo de cada criança. Acreditamos que criar uma relação positiva com a alimentação começa por um ambiente seguro, sem pressas, onde todos podem experimentar, errar e voltar a tentar.
O papel do adulto é de presença, apoio e incentivo constante.
Aqui, o desafio da alimentação é vivido assim:
 
Presença atenta – Acompanhamos de perto e incentivamos cada conquista sem pressionar ou apressar.
 
Ritmos respeitados – Damos tempo para a criança explorar, tocar, cheirar e provar os alimentos.
 
Ambiente convidativo – As refeições acontecem em grupo, à mesa, tornando-se momentos de convívio e socialização.
 
Autonomia valorizada – Incentivamos a segurar a colher, experimentar sozinho e aceitar que parte da comida pode acabar fora do prato.
 
Encorajamento constante – Reforçamos cada tentativa com palavras positivas e valorizamos pequenas vitórias.
 
 
E em casa, como posso ajudar o meu filho com o desafio da alimentação?
 
Os nossos conselhos
É normal sentir receio que o seu bebé se engasgue ou pensar que ainda é cedo para mastigar pedaços. Mas saiba que incentivar a mastigação desde cedo é fundamental, não só para a autonomia alimentar, mas também para o desenvolvimento da fala. O importante é confiar, acompanhar de perto e dar espaço para o seu filho experimentar.
Veja algumas estratégias simples que pode pôr em prática:
 
Permita que a criança toque, cheire e brinque com os alimentos, ganhando confiança a cada tentativa.
 
Apresente alimentos adaptados à idade, sempre sob supervisão, para que possa mastigar em segurança.
 
Reforce com palavras de incentivo cada nova tentativa de mastigar e comer sozinho.
 
Mostre prazer ao comer sólidos, partilhando o momento à mesa com naturalidade.
 
Sempre que possível, faça as refeições em conjunto. Ver os adultos a comer desperta a curiosidade e vontade de experimentar novos alimentos.
 
Desligue os ecrãs para tornar o momento da refeição mais calmo e focado.
 
Não force a criança a comer tudo. Respeite os sinais de saciedade para criar uma relação positiva com a alimentação.
 
Deixe o seu filho ajudar a pôr a mesa ou escolher alimentos, para promover o interesse nas refeições.
Conheça quem fala consigo, com o coração e experiência
 
Ana Santos
Educadora de Creche
Ana Santos
Educadora de Creche
Ana Santos,
Desde cedo se recorda de querer ser educadora de infância... a mãe, [professora] ainda tentou demovê-la, mas sem sucesso ... esta escolha (con)sentida assentou principalmente no facto de acreditar que a educação pré-escolar [incluindo a creche] ser uma etapa fundamental, um pilar para as restantes aprendizagens ao longo da vida. É por valorizar o papel da criança e acreditar que com elas se pode construir um mundo melhor, e acreditar que pode dar o seu contributo para desenvolver cidadãos empenhados nessa construção, que a Ana escolhe e consente ser Educadora de Infância.
Mestre em Educação Pré-escolar, pela ESELx, já trabalha com crianças há (quase) 6anos e continua a dizer, todos os dias, que adora o que faz! Já passou por todas as salas de creche (berçário, 1 ano e 2anos) e acredita que todas elas têm uma magia especial, algo que a cativa, cada uma à sua maneira...
Acreditando que educar é dar às crianças as ferramentas necessárias para que cresçam autónomas, e em pleno; é desafiar, despertar a curiosidade, ouvir, apoiar, proteger e orientar ... é estar presente e saber valorizar cada um; fica de coração cheio quando vê a evolução de cada uma das crianças que passa por si, sabendo que contribuiu de alguma forma para que cada uma delas, do seu jeito, cresça feliz e em harmonia.
Vê na Lua um projeto bastante desafiador, focado nos interesses e necessidades de cada criança. Um projeto onde as crianças têm voz ativa e a sua individualidade é valorizada e integrada no todo que é o grupo. Um projeto que procura valorizar os direitos e opiniões de cada criança em equilíbrio com o respeito pelas regras e deveres. Um projeto que pretende formar cidadãos livres e felizes, que saibam lidar com as suas emoções e sentimentos, para assim viver em harmonia com a natureza (e todos os que dela fazem parte), respeitando a sociedade.
Gostava que as crianças se lembrassem dela com um sorriso e ternura. Como alguém com quem elas passaram momentos de muita alegria e brincadeira e as ajudou a crescer um pouco mais a cada dia
Nascida e criada em terra de mar, adora praia e é junto ao mar que carrega energias. Gosto de passear e conhecer sítios novos; uma boa esplanada ao pôr-do-sol, estar com amigos e a família. Não gosta de intrigas! Quando lhe perguntamos o que a faz rir, diz-nos “Tanta coisa, sou uma pessoa de riso fácil”
Lema de vida? Ser feliz: um dia de cada vez, sempre com pensamento positivo = pensamentos positivos atraem coisas boas.
 
Beatriz Lopes
Educadora de Creche
Beatriz Lopes
Educadora de Creche
Desde pequena, a Beatriz dizia que queria ser professora, mas com o tempo percebeu que era com os mais pequeninos que o seu coração mais vibrava. O sonho de trabalhar com crianças sempre esteve presente, e foi ganhando forma ao longo dos anos, primeiro com o curso profissional de Técnica de Apoio à Infância, depois com a experiência como auxiliar de creche e mais tarde como monitora de ATL no 1.º ciclo do ensino básico.
Licenciada em Educação Básica pelo ISCE- Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo, e recentemente Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º CEB, ao longo do seu percurso académico realizou estágios em diversas valências e contextos, sempre com o mesmo entusiasmo: o de aprender com as crianças e de estar presente no seu crescimento.
Já trabalha com crianças há 7 anos e não se imagina a fazer outra coisa. O que mais a encanta é a autenticidade das crianças, a forma única de viverem o presente com intensidade, curiosidade e alegria. Fascina-a o modo como expressam emoções sem filtros, como se maravilham com o mais simples, e a forma como aprendem e crescem todos os dias.
As idades entre os 0 e os 3 anos são as que a "derretem" mais. É nessa altura que as crianças ainda estão a construir as suas capacidades cognitivas e afetivas e onde os laços afetivos são mais sinceros e espontâneos. A Beatriz sente que ser colo (físico, emocional e simbólico) é das maiores recompensas de quem educa.
Para ela, educar é semear possibilidades. É caminhar ao lado da criança, com empatia, compromisso e intencionalidade, criando oportunidades para que descubra o mundo, a si própria e os outros, num ambiente seguro, afetuoso e estimulante. Acredita profundamente no potencial único de cada criança e na importância de aprendizagens significativas desde os primeiros anos.
Vê na Lua Crescente um projeto profundamente centrado na criança, onde se respeita o seu ritmo natural, a sua curiosidade e vontade de aprender. Destaca a proposta do trabalho de projeto como uma abordagem que valoriza a autonomia, a criatividade e o pensamento crítico, tornando as aprendizagens mais significativas. Para a Beatriz, a Lua é um espaço de confiança, onde crianças, educadores e famílias crescem juntos como uma verdadeira comunidade educativa.
Gostava que as crianças se lembrassem dela com um sorriso no rosto. Como alguém que lhes deu carinho, respeito, muitos momentos de brincadeira e que as ajudou a crescer, sempre com um brilho nos olhos e um sorriso no rosto.
Apaixonada por livros, natureza e viagens, adora passear por espaços verdes e sente-se em casa sempre que vê o mar e o pôr do sol. A cozinha também é um espaço de prazer e criatividade, embora banana não entre na ementa! Gosta de estar com os seus, reunir a família e criar memórias felizes. Detesta injustiças e quem a conhece diz que é de riso fácil, o que faz dela uma presença luminosa onde quer que esteja.
A Beatriz acredita que os sonhos se constroem com esforço, dedicação e esperança. Por isso, "insistir, persistir e nunca desistir dos nossos sonhos" é o seu lema de vida, tendo sempre o coração cheio de amor, propósitos e vontade e os pés bem assentes na terra.
 
Rita Castro
Educadora de Creche
 
Cristina Nunes
Auxiliar de Creche
Cristina Nunes
Auxiliar de Creche
A Cristina sempre sonhou ser cantora, mas foi a trabalhar com crianças que descobriu o seu verdadeiro palco! Tirou o curso profissional de Técnico de Apoio Psicossocial e, desde então, tem-se deixado encantar pelo trabalho com crianças. Adora acompanhar cada conquista, em especial os primeiros passos “em direção à autonomia” das crianças entre 1 e 2 anos.
Acredita que educar é estar presente e orientar, num equilíbrio entre dar a mão e deixar andar sozinho e vê a Lua Crescente a escola ideal para isso! Para ela, este projeto é sobre laços e afetos, que valoriza a individualidade de cada um ao dar espaço à curiosidade e à autonomia.
Sempre de sorriso nos lábios, daqui a uns anos quer ser recordada pelas crianças como alguém que as fez sentirem-se seguras e livres para serem quem são e que nunca se esqueçam do seu colo e dos seus abraços.
É fã de praia e adora passar tempo com a sua família e amigos e confessa que com eles tem sempre uma gargalhada garantida.
 
Paula Santos
Auxiliar de Creche
Paula Santos
Auxiliar de Creche
A Paula tem formação como técnica animadora de ação educativa e já trabalha desde 1996 com crianças, o que corresponde a, precisamente, metade da sua vida dedicada à educação. No entanto, quando era pequena tinha o sonho de ser veterinária.
O que mais gosta é de passar tempo de qualidade com os seus filhos e nada a deixa mais radiante que ver o seu neto crescer feliz e poder acompanhar o seu desenvolvimento diariamente. Gosta de ter a família reunida no seu quintal para almoçar e o seu prato favorito é arroz de marisco.
Trabalhou em algumas escolas antes de chegar à Lua Crescente, destacando que o que a chamou mais à atenção neste projeto foi o respeito pela individualidade de cada criança e a importância dada ao seu desenvolvimento pessoal e social.
O desafio que cada criança lhe dá com as suas diferentes características é o que a mais fascina, sendo que a faixa etária que a “derrete” é a do berçário, pelo desenvolvimento constante que se acompanha; e a do jardim-de-infância pelos diálogos que as crianças mantêm e, também, pelas aprendizagens que estas nos dão. Para a Paula, educar é estimular e acompanhar o desenvolvimento das crianças e gostava que, no final, estas a recordassem como amiga e como alguém que lhes transmite confiança.
Como lema de vida a Paula refere: “Para quê perder tempo a criticar os outros, se o lema da vida é ser feliz”.
 
Telma Mendes
Auxiliar de Creche
Telma Mendes
Auxiliar de Creche
Com 11 sobrinhos e uma filha, a nossa Telma costuma dizer que já tem experiência suficiente para abrir uma mini-escola em casa!
Para a Telma, educar é guiar e ajudar a crescer com respeito e foi na Lua Crescente que encontrou o lugar ideal para o fazer. Acredita que este projeto prepara as crianças para o futuro e as valoriza, respeitando os seus interesses e necessidades.
Adora todas as fases, mas confessa que as crianças com 1 ano a derretem especialmente, pela velocidade a que todas as conquistas acontecem.
“Para a frente é que é caminho” é a frase que a caracteriza e quem se cruza com ela tem sempre direito a uma bela gargalhada!
 
Vera Rocha
Auxiliar de Creche
Vera Rocha
Auxiliar de Creche
Até chegar à Lua Crescente, sempre trabalhou com atendimento ao público, mas foi aqui que descobriu a sua verdadeira paixão: trabalhar com crianças. Mãe de cinco filhos, a nossa “Verinha” adora acompanhar cada fase de desenvolvimento e garante que cada uma é cheia de desafios encantadores!
Para a Vera, educar é dar amor e ensinar a ser e a estar e acredita que a Lua Crescente é o lugar ideal para isso! Um lugar estruturado que apoia as crianças e as famílias no seu dia a dia. Um dia mais tarde, quer ser recordada pelo amor que dá a cada criança e por tudo o que lhes ensina sobre respeitar o próximo.
Está sempre pronta para a festa e música e dança não podem faltar... nem um belo bacalhau com natas, o seu prato favorito! Adora saber que os filhos estão bem, rir com pessoas “de bem com a vida” e não desperdiça uma boa piada.
 
Ana Soraia Vieira
Auxiliar Polivalente
Ana Soraia Vieira
Auxiliar Polivalente
Quando era pequena, a Soraia queria ser advogada, mas é a trabalhar com crianças que se sente realizada! Formou-se em Auxiliar de Ação Educativa e até então acumulou experiência em diversas instituições.
Nutre um carinho especial pelo berçário, mas confessa que todas as idades a fascinam! Adora a honestidade das crianças e a forma empática como consolam os outros.
Procura educar com amizade, para que as crianças se tornem responsáveis e respeitadoras e gostava de ser lembrada com um sorriso, pela simpatia que procura transmitir. Acredita que a Lua Crescente respeita o desenvolvimento pessoal e social de cada criança e destaca a atenção dada a cada família como algo estruturante no projeto.
Se a querem ver contente, contem-lhe uma anedota e dêem-lhe comida (principalmente uma feijoada à transmontana) e quem lhe tira um belo passeio pelo campo com a família, a ouvir o som dos pássaros, tira-lhe tudo!
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE A ALIMENTAÇÃO NA CRECHE
O que faço se o meu filho recusar comer sólidos na creche?
É importante manter a calma e não forçar. A resistência aos sólidos é comum nesta fase e tende a diminuir com o exemplo dos colegas, rotinas consistentes e apoio dos adultos.
Como posso ajudar o meu bebé a aprender a mastigar?
Ofereça alimentos adaptados, corte em pedaços pequenos e incentive a mastigação com calma, sempre supervisionando. A prática frequente ajuda a desenvolver esta competência essencial.
A alimentação na creche pode influenciar o desenvolvimento da fala?
Sim! Mastigar diferentes texturas estimula os músculos da boca, fundamentais para a articulação das palavras e para o desenvolvimento da fala.
É seguro deixar o bebé comer sozinho na creche?
Sim, desde que existam supervisão atenta e alimentos adequados à idade. Comer sozinho promove a autonomia e a autoconfiança.
As rotinas na creche ajudam o bebé a aceitar novos alimentos?
Sim, as rotinas diárias e a refeição em grupo criam um ambiente seguro e estimulante, facilitando a aceitação de novos sabores e texturas.
O que fazer quando o bebé se engasga facilmente com sólidos?
Ofereça pedaços bem adaptados à idade e supervisione sempre. Mastigar é uma competência que se aprende com o tempo. Se as dúvidas persistirem, peça orientação à equipa da creche ou ao pediatra.
Porque é que a alimentação autónoma é tão valorizada na creche?
Porque comer sozinho desenvolve autonomia, coordenação motora e confiança. Além disso, o bebé sente-se mais integrado e motivado ao observar os adultos e outros colegas.
É normal as crianças comerem menos ao começarem a alimentação sólida?
Sim, é natural. O importante é garantir variedade, respeito pelo apetite e manter uma atitude tranquila. Forçar pode criar aversão à alimentação.
 
 
