É o primeiro dia na creche e todos estão ansiosos, mas assim que entrou no edifício, a criança já não quis sair do seu colo? Recusa-se ficar na escola, começa a chorar intensamente, faz birras e chama por si? Se respondeu sim, esta é uma das cenas mais comuns em cada início de ciclo.
Mas e quando para além dos primeiros dias o cenário se mantém? Muitas famílias enfrentam este desafio. Neste artigo, abordamos por que a criança fica a chorar na creche, a ansiedade de separação e como a escola deve oferecer apoio durante este processo.
Já não é o primeiro dia, mas a criança fica a chorar na creche, será normal?

Apesar do choro e da reação da criança poderem parecer muitas vezes desmesurados, é importante tentar olhar da perspetiva dos mais pequenos. Imagine de repente ficar num cenário completamente desconhecido e estranho. Nestas alturas, é frequente surgirem questões como:
- Quem é que me está a pegar ao colo?
- Que lugar é este onde estou e que não conheço?
- Estou aqui há muito tempo neste local com desconhecidos, nunca mais me vou embora?
- Será que nunca mais me vêm buscar?
Estes pensamentos fazem com que a criança se sinta insegura, inquieta e muitas vezes abandonada, assim ficar a chorar na creche é uma das reações mais comuns.
Estratégias para lidar com o choro da criança na adaptação da creche
Sabemos que muitas famílias não sabem como lidar com o choro intenso das crianças na entrada da creche, por isso na Escola da Lua Crescente implementamos as seguintes medidas:

- Adaptação Gradual
Os encarregados de educação devem deixar a criança na creche de forma progressiva. Sempre que possível, nos primeiros dias devem estar presentes e ir aumentando a sua ausência de forma gradual.
- Levar um Objeto de conforto
Muitas crianças têm um objeto de conforto que gostam de ter consigo, tal como, doudous, chupetas ou peluches, por exemplo. Levar o objeto de conforto para a creche neste momento de transição permite que a criança se sinta mais tranquila e segura, pois tem consigo um elemento conhecido.
- Calma e Confiança
Tente que o momento em que deixa as crianças seja o mais calmo possível e garanta que confia nos profissionais da Escola. Este é um passo essencial para as famílias e irá ajudar a projetar confiança nos mais pequenos. Não se esqueça que a ansiedade dos adultos pode ser transmitida às crianças.
- Criar rotinas
Uma das razões que provocam o choro nas crianças é a mudança de rotina. Como não sabem o que irá acontecer, sentem-se frustradas e inseguras. De forma gradual, perceberão que existe uma rotina, tal como em casa e sentir-se-ão mais seguras e confortáveis.
- Explicar o que as espera
Explique à criança que no fim do dia a irá buscar, reforce que irá brincar com os outros meninos ou mencione uma das atividades que a criança mais gosta, tal como a hora do conto ou da música. Deste modo está a ajudar a criança a entender o que irá acontecer.
- Comunicação entre a casa e escola
Para tornar esta nova experiência positiva é essencial que exista uma comunicação eficaz entre a família e a escola. Quando os encarregados de educação e a escola estão em sintonia, podem criar um ambiente de apoio contínuo. Partilhem informações sobre o progresso da criança, as suas atividades diárias e qualquer preocupação que possa surgir. Esta colaboração entre escola e pais cria uma rede de apoio sólida que beneficia o bem-estar emocional e uma transição suave da criança para a creche.
A ansiedade de separação – sintomas
A ansiedade de separação é um distúrbio comum e afeta cerca de 4% das crianças em idade escolar.

Caracterizada por um medo intenso e persistente de separação de pessoas com quem o indivíduo tem um forte vínculo emocional, geralmente os pais ou cuidadores principais, a ansiedade de separação é comum em crianças que frequentam a Creche ou o Jardim de Infância. Os sintomas mais comuns da ansiedade de separação nas crianças são:
- Choro, birra ou raiva quando são separadas dos cuidadores;
- Preocupação excessiva com a possibilidade de separação;
- Dificuldade em dormir sozinhas ou longe de casa;
- Dificuldade em ir à escola ou a outras atividades;
- Pesadelos ou pesadelos sobre separação;
- Sintomas físicos, como dor de barriga, dor de cabeça ou náuseas;
Na maioria das vezes, os sintomas diminuem com o crescimento e desenvolvimento da criança, porém em alguns casos os sintomas podem manter-se. Se a sua criança apresenta um ou mais que um destes sintomas de forma prolongada, recomendamos que procure ajuda de um psicólogo especialista em desenvolvimento infantil.
Movimento Escola Moderna e a adaptação à mudança
A educação deve ser adaptada às necessidades individuais e interesses de cada criança. Esta abordagem da Lua Crescente, baseia-se nos princípios da Escola Moderna e visa criar um espaço onde as crianças se sentem seguras para explorar a sua curiosidade enquanto se adaptam de forma gradual a um ambiente educacional mais estruturado. Cada criança é única e tem o seu ritmo e deve ser respeitada para se sentir confiante e segura para explorar o novo espaço que a Creche oferece.
O primeiro dia na creche é um passo para o futuro

A entrada na creche é um marco emocionante e desafiador tanto para as crianças como para a família. O choro e a ansiedade de separação são reações naturais nesta transição, fruto da forte relação que existe entre a família e a criança. Portanto, se está agora a iniciar este desafio e a sua criança fica a chorar quando chega à creche, respire fundo e saiba que é comum.
Na Escola Lua Crescente defendemos a integração gradual e recomendamos o uso de objetos de conforto para auxiliar a que a criança se sinta segura. O Movimento Escola Moderna que praticamos permite uma abordagem personalizada para cada criança, criando um ambiente seguro para explorar a curiosidade e desenvolver a confiança.
A entrada na creche é o primeiro passo para a independência, e estamos comprometidos em ser um pilar de suporte para as famílias nesta emocionante caminhada de aprendizagem e crescimento que agora se inicia. Se ainda não conhecem a nossa escola, marquem já uma visita à creche da Lua Crescente e teremos todo o gosto em receber toda a família.