A partir do momento em que o bebé entra para a escola, os pais notam que é frequente ficar doente. Semana sim, semana não, voltam a tosse, a febre e o nariz a pingar. Às vezes, o tempo que passa em casa doente é superior ao tempo que passa na escola.
Ver um filho doente já é suficientemente mau, mas a esse sentimento alia-se a preocupação de faltar ao emprego ou de não saber com quem deixar o bebé.

Afinal, porque é que os bebés ficam doentes tantas vezes e como lidar com isso? Será que é motivo de preocupação? Vamos, então, desmistificar este tema.
Porque é que os bebés ficam doentes com frequência?
O sistema imunitário é responsável pela proteção do nosso corpo contra infeções e outras doenças.
Os especialistas consideram que, até aos 2/3 anos, é um sistema imaturo, pois ainda está em formação. Até essa fase, as crianças têm poucas defesas.
Por isso, quando entram para a escola e têm contacto com outros bebés, é normal ficarem doentes com frequência.
Na maior parte dos casos não é motivo para alarme, pois fruto dessa interação e da exposição a mais micróbios, as suas defesas começam a ser fortalecidas. Mesmo os bebés que adoecem mais vezes têm a capacidade de acionar os seus mecanismos naturais de defesa.
A partir daí, as doenças começam a ser menos frequentes.
Ainda que a higiene na escola seja exímia, é praticamente impossível evitar as contaminações, uma vez que não se consegue higienizar totalmente tudo aquilo em que a criança toca.
Além do mais, as crianças abraçam, colocam as mãos na boca dos colegas e outras ações normais de possível contágio.
Então, o facto de o contágio ser mais provável na escola nem sempre significa falta de condições ou de cuidado das educadoras – é sempre mais provável que o bebé fique doente estando na escola do que em casa sozinho.
Doenças mais frequentes nos bebés:
- Infeções gastrointestinais (vómitos, diarreia);
- Infeções respiratórias (laringite ou faringite);
- Otite;
- Conjuntivite;
- Bronquiolite;
- Constipações;
- Varicela.
É possível evitar que fiquem doentes tão frequentemente?
O mais importante é entender que é uma fase transitória – quando tiverem mais defesas tudo melhora. Mas enquanto isso não acontece, os pais devem aprender a lidar com a situação com naturalidade.
O Pediatra Pedro Oom acredita que “habitualmente os pais têm fobia da doença e de alguns sintomas, como a febre”, e assegura que, na maioria das vezes, a situação resolve-se deixando o tempo passar, uma vez que é na evolução ou não da doença que se percebe se é grave.
O excesso de limpeza e de higiene, ultrapassando aquilo que são os cuidados normais, não é benéfico nem para os pais nem para o bebé – para os pais resulta em frustração por não conseguirem controlar tudo e para o bebé representa um entrave para desenvolver o seu sistema imunitário.
Demasiada proteção não significa que o bebé seja mais saudável, agora e no futuro.
No entanto, existem algumas medidas para que as defesas sejam fortalecidas:
- Alimentação por leite materno;
- Boa higiene das mãos;
- Diversificação alimentar;
- Evitar espaços pequenos com muitas pessoas;
- Boa higiene dos sítios em que brinca habitualmente.
Bebé com sintomas – levar ou não à escola?
Quando o bebé se encontra doente, todo o seu organismo está fragilizado e precisa de descanso para conseguir enfrentar a doença. Então, indo à escola, onde estará com outras crianças, poderá piorar e contagiar os seus colegas.
Optar por não levar o bebé à escola não é uma decisão fácil de tomar – muitas vezes, exige que seja tomada na hora, no início de um dia de trabalho.
Perante a pressão que os pais sentem para decidirem onde e com quem deixar o bebé, ou como justificar a falta no emprego, por vezes acabam por o deixar na escola na mesma. Para evitar estas situações, devem prever estes cenários e procurar uma solução antes que o problema apareça.
Mesmo que os pais achem que o bebé dorme ou come melhor na escola, na hora de decidir, o que deve pesar mais é o bom senso, responsabilidade e respeito cívico.
Berçário: um aliado na saúde do seu bebé
Sabendo que é na escola que os bebés têm mais probabilidade de contrair doenças, isso não significa que não seja um ambiente benéfico para eles. Na verdade, como a doença faz parte do desenvolvimento das defesas do seu organismo, representa um aspeto positivo.
Quando os pais optam por deixar os seus filhos no Berçário, as educadoras podem auxiliar na identificação de alguns sintomas que observem ao longo do dia, contribuindo para que as necessidades dos bebés sejam respondidas de forma mais imediata.
As educadoras da Lua Crescente reconhecem o papel fundamental de uma observação atenta e comunicam aos pais todos os sinais dos seus filhos.
Esta atenção, sem ser alarmista, é a melhor aliada na saúde do seu bebé.
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