Com o fim da licença parental e o regresso ao trabalho, aproxima-se o momento de fazer uma escolha algo difícil. Os pais têm que decidir onde vão deixar o bebé durante o dia.
O berçário é uma das opções.
Contudo, esta decisão envolve muitas dúvidas:
- Existe uma altura ideal?
- Será que o bebé ainda é muito pequeno?
- De que maneira irá afetar o seu desenvolvimento?
Como o importante é não deixar que estas incertezas desestabilizem o equilíbrio familiar, vamos dar-lhe algumas respostas sobre o assunto.

Quais os benefícios do Berçário?
De acordo com o psicólogo clínico João Martins, os primeiros três anos de vida são cruciais para a evolução emocional, afetiva, neurológica e cognitiva dos bebés.
Assim, é importante que frequentem espaços e realizem atividades que promovam o seu desenvolvimento integral, mesmo que ainda sejam muito pequenos.
No berçário:
- Os bebés são acompanhados por profissionais que conhecem as melhores estratégias para estimular a evolução do bebé, de acordo com as características e ritmo de desenvolvimento de cada um;
- Fortalecem a relação com educadores e auxiliares, que se tornam figuras de referência importantes fora do círculo familiar;
- Convivem com outros bebés e estimulam a capacidade de socialização e a progressiva compreensão do mundo que os rodeia – mesmo que, no início, muitas brincadeiras se limitem a roubar brinquedos uns aos outros ou a “lutar” por um espaço!
O psicólogo reforça ainda que estas interações, tanto com pessoas como com objetos, “fortalecem e exercitam as sinapses cerebrais que serão usadas o resto da vida”.
Para além disso, o pediatra Mário Cordeiro acredita que espaços como os berçários podem ajudar a definir rotinas e regras.
Por último, não podemos esquecer que, para algumas famílias, não existe alternativa, como por exemplo, os pais ficarem em casa ou o bebé ficar com os avós.
Existe uma idade ideal para o meu bebé entrar no Berçário?
Apesar dos benefícios associados aos berçários, de acordo com um importante estudo, não existem diferenças significativas entre as crianças que ficam em casa com os pais e as que recebem cuidados externos desde cedo.
Mais do que uma questão de idade, a decisão de procurar um berçário depende das necessidades de cada família – ainda que a adaptação seja mais fácil quanto mais cedo se der a mudança.
Aliás, segundo o psicólogo João Martins, antes dos 8 meses os bebés não sentem muito a ausência dos pais.
Por outro lado, a partir desta idade, tendem a desenvolver a chamada “angústia da separação” ou “angústia do 8º mês”, levando a que experimentem sentimentos de insegurança e medo do abandono.
Talvez seja melhor que a entrada no berçário aconteça antes ou depois dessa fase.
Contudo, o tempo que os pais dedicam ao bebé é sempre o maior determinante para o seu desenvolvimento.
A importância de um bom berçário
De acordo com o mesmo estudo, mais do que a idade, há outro fator de peso.
O que realmente tem impacto positivo no desenvolvimento cognitivo e linguístico dos bebés é a qualidade dos cuidados prestados, os estímulos que recebe e a filosofia de acompanhamento.
Além do mais, escolher uma opção de qualidade contribui para sossegar algumas preocupações dos pais. Afinal de contas, é importante que vejam o berçário como um local seguro onde podem deixar os bebés com confiança.
Não se esqueça que esse sentimento irá passar para os bebés, levando a que se sintam também mais tranquilos.
Berçário: um aliado na adaptação em qualquer altura
Ainda que o processo de adaptação ao Berçário seja mais fácil em idades mais precoces, é normal que possa ser doloroso até encontrar um patamar de equilíbrio.
Se conseguir encarar como algo natural, ótimo.
Mas nem sempre é assim. Durante uns tempos, a dedicação ao bebé foi quase exclusiva, pelo que é normal sentir ansiedade.
No início, também é comum os bebés chorarem quando os deixam no berçário, mas é passageiro. Deve mostrar-se firme e, principalmente, transmitir carinho e amor quando estão juntos, para fortalecer a segurança e a ligação mesmo quando estão separados.
Independentemente da idade do bebé, é fundamental que toda a comunidade escolar contribua para um processo de integração tranquilo, gerindo as emoções dos bebés e das famílias.
Na Lua Crescente, proporcionamos uma adaptação progressiva, com acompanhamento dos pais, sempre que possível e de acordo com a sua disponibilidade e mediante as “necessidades” de cada família e combinadas com a escola.
Estamos preparados para acolher o seu bebé quando assim o decidir.
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