A entrada na Creche ou no Jardim de Infância representa uma grande mudança na vida das crianças e, também, dos pais. Conhece as principais diferenças entre Creche e Jardim de Infância?
Preparamos um artigo onde, além das diferenças entre estes dois contextos educacionais, falamos da importância de cada um deles no desenvolvimento infantil.
Explicamos também como fazer uma transição equilibrada da Creche para o Jardim de Infância.
Creche: 1.ª etapa da educação básica

A Creche recebe crianças dos 4 meses (ou menos, em casos excecionais) até aos 3 anos de idade. Nos primeiros meses de vida, o bebé frequenta o berçário, passando depois, então, para a fase da creche.
Desde que o bebé entra para a escola, desenvolvem-se atividades fundamentais para as suas primeiras aprendizagens, estimulando o seu desenvolvimento de uma forma global. É também na Creche que acontece a primeira interação com outras crianças e adultos fora da esfera familiar.
Este é um espaço onde existem rotinas bem definidas e focadas, sobretudo, nas necessidades de higiene, alimentação e sono das crianças. Além destas rotinas necessárias ao bem-estar da criança, existem também outras atividades que pretendem estimular competências como o gatinhar ou andar, por exemplo. As crianças têm oportunidade de ouvir músicas, histórias e até de terem contacto com as artes plásticas.
O ambiente promovido pela Creche deve ser acolhedor, confortável e estável, respeitando o ritmo, a individualidade e as necessidades individuais de cada criança.
As rotinas diárias vivenciadas nesta etapa são essenciais para desenvolver características como:
- Confiança;
- Autoestima;
- Segurança;
- Estabilidade emocional;
- Curiosidade;
- Autonomia;
- Capacidade de se expressar;
- Relações interpessoais.
Importância da Creche no desenvolvimento infantil

Apesar de grande parte das rotinas da Creche serem dedicadas às necessidades mais básicas da criança, existem também competências educacionais que se vão desenvolvendo de forma natural.
Todos os gestos de cuidado para com a criança incentivam o desenvolvimento de outras ferramentas, essenciais para um bom desenvolvimento e um crescimento mais autónomo. Podemos mencionar, por exemplo, as regras na hora da refeição e as brincadeiras com os pares, que estimulam a partilha e a convivência.
A forma como a equipa pedagógica gere, por exemplo, a rotina de mudança de fralda ou a lavagem das mãos é fundamental para que a criança se torne mais responsável e autónoma.
É também nesta fase que se começa a desenvolver a linguagem e tudo aquilo que a criança ouve à sua volta é fundamental para que esta se comece a exprimir.
A Creche e o desenvolvimento emocional da criança
Na Creche, as crianças experienciam pela primeira vez o sentimento de inclusão, interagindo com os seus pares e com o mundo ao seu redor. É desta forma que começam a construir o seu conhecimento, o seu carácter e a sua personalidade.
Além das atividades educativas desenvolvidas, a criança começa, também, a descobrir os seus sentimentos, a dar asas à sua imaginação e tem oportunidade de fazer uma das coisas mais importantes da sua infância: brincar.
Existem algumas diferenças entre Creche e Jardim de Infância, mas, na realidade, ambos os contextos trazem uma série de benefícios ao desenvolvimento físico, intelectual e emocional das crianças.
Jardim de Infância: o caminho para a autonomia

O Jardim de Infância destina-se a crianças entre os 3 e os 6 anos, altura em que ingressarão no 1.º ciclo do Ensino Básico.
Tal como na Creche, também no Jardim de Infância existem uma série de rotinas e atividades diárias. Nestas idades as crianças já têm mais autonomia. Por isso, todas as rotinas de higiene, alimentação e sono são adaptadas a estas necessidades, agora menos exigentes do que na fase anterior.
A criação de rotinas de carácter educativo, que as crianças desenvolvem no seu dia a dia no Jardim de Infância, são fundamentais para lhes transmitir estabilidade e segurança, já que conseguem ter alguma perceção de como serão os seus dias.
Nestas idades, os conflitos entre as crianças tornam-se mais frequentes e, aqui, a equipa educativa desempenha um papel crucial, pois a forma como será mediado este mesmo conflito terá muita influência na forma como a criança se comporta numa situação semelhante.
O próprio Jardim de Infância, de acordo com as idades do grupo, decide que tipo de atividades vai desenvolver, qual a metodologia pedagógica utilizada e qual A organização dos espaços, que pode diferir entre salas, consoante as necessidades específicas de cada grupo. No entanto, é essencial garantir a criação de ambientes acolhedores e inclusivos, para que a criança se sintamais confortável, segura e feliz neste espaço.
A importância do Jardim de Infância no desenvolvimento infantil

Entre outras competências, o Jardim de Infância é o espaço onde as crianças aprendem a brincar, algo fundamental.
Se ainda há quem pense que brincar é indispensável para aprender, a realidade e a experiência dizem o contrário.
A brincadeira é fundamental para o desenvolvimento da criança.
Promove a socialização e a afetividade, enquanto estimula o desenvolvimento global e contribui para a formação da personalidade da criança.
Brincar permite à criança ser criativa, usar a sua imaginação e viver, mesmo que por momentos, num mundo de faz de conta.
No Jardim de Infância, as crianças desenvolvem as suas competências intelectuais, motoras, sociais, emocionais e afetivas. É, também, aqui que dão os primeiros passos no processo de alfabetização. Ao frequentar o Jardim de Infância, a criança é estimulada a participar em atividades que incentivam uma cidadania ativa.
O Jardim de Infância permite que as crianças cresçam em harmonia, que aprendam enquanto brincam e, acima de tudo, que sejam felizes.
Quais as diferenças entre Creche e Jardim de Infância?

Quando falamos em Creche e Jardim de Infância, há ainda quem pense ser quase a mesma coisa. Na realidade, as equipas pedagógicas possuem valências que lhes permite trabalhar em qualquer uma destas áreas, mas há vários fatores a ter em conta e que diferenciam estas duas fases da vida das crianças.
A Creche e o Jardim de Infância recebem crianças em diferentes etapas da vida, por isso, todas as rotinas e atividades são desenvolvidas de acordo com as necessidades próprias de cada idade.
De um modo geral, podemos mencionar 4 diferenças principais entre a Creche e o Jardim de Infância.
As 3 maiores diferenças
- Idade. Creche dos 0 aos 3 anos e Jardim de Infância dos 3 aos 6 anos.
- Tipo de atividades. No Jardim de Infância começam a desenvolver-se atividades mais pedagógicas, como forma de preparação para o ensino básico.
- Autonomia. Na Creche, a criança é dependente das equipas educativas para as rotinas de higiene, alimentação e sono. No Jardim de Infância são mais autónomas nos cuidados consigo próprias e também no planeamentos das atividades.
Diferenças entre a Creche e o Jardim de Infância: como fazer uma transição tranquila
Ao longo da vida, a criança terá de passar por várias mudanças e a forma como lida com estas situações pode ser trabalhada desde cedo.
Uma das primeiras grandes mudanças na vida da criança é a entrada na Creche. Depois, a transição da Creche para o Jardim de Infância, será outra situação com a qual terá de lidar. Nesta fase, é muito importante prestar uma especial atenção às crianças, explicando de forma clara e positiva em que consiste esta mudança e o que poderá esperar desta nova experiência.
Com a mudança para o Jardim de Infância, a criança deve sentir que esta será uma oportunidade para conhecer novos amigos, para experimentar atividades divertidas e para aprender coisas novas. Quando perceberem esta nova dinâmica, vão sentir-se mais confiantes, superando com uma maior segurança cada desafio que surgir.
A principal diferença entre Creche e Jardim de Infância reside nas idades das crianças e nas rotinas e atividades desenvolvidas.
As crianças têm diferentes percursos, comportamentos, crenças e características e a entrada na Creche ou no Jardim de Infância representa uma nova situação com a qual têm de lidar. Por isso, é fundamental que o ambiente educativo se adapte e respeite estas mesmas necessidades individuais.
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