As dúvidas sobre o apoio escolar das crianças durante o 1.º ciclo ou fases posteriores já eram frequentes entre os pais, em alturas normais.
Dada a situação atual, por conta da Covid-19, existem questões que se adensam:
- Os pais devem ajudar os filhos a estudar, ou é importante realizarem as tarefas sozinhos?
- Como deve ser feito o acompanhamento?
Este artigo reúne a opinião de especialistas para que possa ultrapassar esta fase com sucesso e saber agir em prol da educação dos seus filhos.

A Educação com os pais em casa por causa da Covid-19
Por estes dias, muitos pais estão a trabalhar a partir de casa. É necessário conciliar o horário laboral com a presença dos filhos e o respetivo percurso escolar.
Recentemente, o governo anunciou que as escolas/ as aulas presenciais vão permanecer fechadas / suspensas até ao próximo ano letivo para a maioria dos alunos – onde se incluem as crianças do 1º ciclo.
Para os pais, este é um tempo desafiante, não haja dúvidas. Mas em conjunto, crianças, escola e encarregados de educação, conseguirão ultrapassar este período mais complicado.
O ensino à distância conta com ferramentas online e uma emissão televisiva dirigida aos alunos deste grau de escolaridade, chamada #EstudoEmCasa.
As emissões da nova telescola serão transmitidas entre as 9:00 e as 17:50, de segunda a sexta-feira, na RTP Memória. A parte da manhã, estará reservada aos mais novos, ou seja, às crianças do 1º e 2º ciclos.
Esta mudança nas rotinas escolares e familiares obriga à criação de novos hábitos e, consequentemente, requer um período de adaptação que nem sempre é fácil.
Qual deve ser o papel dos pais no percurso escolar?
Nada transmite mais segurança às crianças do que a presença dos pais e um ambiente familiar marcado pela proximidade, mesmo em tempos ditos normais.
A importância deste acompanhamento aumenta com o impacto da mudança de rotinas imposta neste período.
A melhor maneira dos pais auxiliarem no processo de aprendizagem – e a que traz mais benefícios – é os pais estarem presentes.
É através da orientação, supervisão e disponibilidade para ajudar que estimulam a consciência da importância do estudo. Além do mais, a criança fica mais motivada quando os progenitores mostram interesse nas suas matérias de estudo.
Acompanhar o estudo não é estudar pela criança
Orientar a realização das tarefas escolares, não significa substituir a criança – seria assumir uma responsabilidade que compete, exclusivamente, aos seus filhos.
Alguns alunos interessam-se mais pelo processo de aprendizagem do que outros, que precisam de ser incentivadas. Nestes casos, a supervisão não deve sobrepor-se à autonomia.
Contudo, é importante encontrar um equilíbrio: cuidar da casa, trabalhar e ainda ajudar os filhos não é fácil.
Nada é mais importante que o estado emocional dos pais, uma vez que só conseguirão estar aptos a ajudar se estiverem tranquilos. A ansiedade que, por vezes, passam para as crianças prejudica o seu equilíbrio e, consequentemente, a sua aprendizagem.
Quais os métodos mais eficazes para ajudar as crianças no estudo?
O período atual não é ideal, mas podem ser retiradas aprendizagens que permitam à criança potenciar ainda mais a sua capacidade de aprender no futuro e diminuir a ansiedade própria da altura dos testes.
A Psicóloga Ana Manta considera que é benéfico definir objetivos desde o início, uma vez que, assim, podem ser monitorizados e é possível verificar se são atingidos.
Estas metas permitem perceber possíveis falhas e ajudar a construir um plano de melhoria, que contribui para diminuir a ansiedade na altura dos testes.
Os bons resultados devem ser premiados com reforço positivo, mas nunca com bens materiais, uma vez que, nesse caso, parece uma troca de favores quando, na realidade, é uma responsabilidade.
A especialista em clínica e educação considera também que, no 1.º ciclo, não se justificam regras horárias de estudo demasiado rígidas, que podem produzir efeitos contrários.
Sessões breves são mais eficazes e trabalhar ao fim de semana, só se for necessário.
Existem ainda outras considerações a ter em conta:
- As crianças costumam ser mais produtivas de manhã;
- Estudar à noite pode prejudicar a qualidade do sono;
- Os pais devem conversar sobre os conteúdos e revê-los;
- As perguntas e curiosidades das crianças devem ser respondidas;
- O local de estudo deve ser confortável, mas não em demasia (evite a cama ou o sofá);
- A hora do estudo deve ser livre de estímulos (como a televisão).
As crianças devem ter tempo para brincar, mas é importante que o horário estabelecido pela escola seja cumprido.
O mais importante é continuar a dar-lhes algum sentido de normalidade.
A importância de uma relação próxima entre a família e a escola
O processo de aprendizagem é partilhado, envolvendo crianças, pais, professores e a escola.
Mais do que nunca, a relação estabelecida com os professores é fundamental.
Numa altura em que a distância física é necessária, fale com os professores dos seus filhos, em caso de necessidade. É importante, na medida em que dominam técnicas de ensino que os pais, normalmente, desconhecem.
Na Lua Crescente, estamos disponíveis – como sempre – para esclarecer qualquer dúvida e ajudar aos pais e os nossos alunos.
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