As atividades extracurriculares têm vindo a ganhar relevância na rotina das famílias e nem sempre é fácil conciliar os horários dos pais com os dos filhos.
Mas não é a única razão.
Estas atividades proporcionam um bom aproveitamento do tempo livre das crianças. Por norma, incluem atividades que estimulam o desenvolvimento e possibilitam aos mais novos fazerem algo do seu interesse.
Mas quais são os critérios que devem nortear a escolha? Existe um número ideal de atividades?
Neste artigo, explicamos tudo.
A importância das atividades extracurriculares
As atividades extracurriculares contribuem para que as crianças ganhem novas capacidades técnicas, sociais e comportamentais.
O desenvolvimento da componente social é mais um passo no processo de conhecer o mundo que as rodeia. Permite estimular não só as relações interpessoais, como também um melhor conhecimento da sua própria identidade.
De acordo com a psicóloga Marta Costa, esta solução torna-as mais próximas de um desenvolvimento equilibrado.
Assim, a possibilidade de viverem novas experiências fora do habitual contexto escolar permite que:
- Sejam mais autónomas;
- Tenham uma melhor autoestima;
- Desenvolvam competências como a iniciativa, trabalho em equipa e gestão de tempo;
- Aprendam a gerir melhor o que sentem;
- Aumentem o seu sentido de responsabilidade.
No entanto, o pediatra Hugo Rodrigues defende que estas atividades não podem ser um prolongamento da atividade escolar. Devem ser uma oportunidade para as crianças fazerem atividades e terem oportunidades e experiências diferentes num ambiente distinto – que permita descontrair e divertir.
O que ter em conta ao escolher as atividades extracurriculares?
Antes de escolher as atividades, sejam elas de áreas como a arte, desporto ou línguas, é necessário ter em consideração alguns aspetos como:
- Idade da criança (nem todas as atividades são indicadas para todas as faixas etárias);
- Disponibilidade de horários (não só dos pais mas também das crianças);
- Preço (algumas escolhas requerem material ou roupa específica);
- Condições do espaço e respetiva segurança.
Além destes fatores, é ainda muito importante adequar as atividades à personalidade das crianças, para que sejam realmente potenciadoras do seu desenvolvimento como indivíduos.
Caso uma criança tenha dificuldade em estabelecer relações com outras pessoas, apresentando tendência para se isolar, pode ser uma boa ideia optar por atividades em grupo, que estimulam a socialização e o trabalho em equipa.
Se revelar timidez, algumas atividades, como a dança, podem ajudá-la a soltar-se.
O mais importante é que, independentemente da atividade escolhida, seja uma fonte de prazer para a criança e estimule diferentes áreas de desenvolvimento, Assim, ela terá vontade em praticá-la e não a assumirá como uma obrigação.
Por isso, ainda que seja uma escolha partilhada com os pais, deve ter em consideração as suas próprias vontades, se já for capaz de as exprimir. Caso contrário, a atividade dificilmente trará benefícios.
Qual o número recomendado de atividades?
Não existe um número ideal, uma vez que as crianças não são todas iguais. Algumas adaptam-se perfeitamente a várias atividades, mas outras não – ainda que tenham a mesma idade.
O número de atividades depende mais de características pessoais e de desenvolvimento. Por isso, os pais devem estar atentos e perceber o ritmo das crianças, para que o possam respeitar.
No entanto, uma coisa é certa: o objetivo não é manter as crianças constantemente ocupadas, pelo que é preciso ter cuidado para não exagerar.
Idealmente, devem ter tempo para todas as áreas importantes – escola, família e tempo desocupado para brincarem livremente. As atividades extracurriculares não devem afetar negativamente nenhuma delas.
O efeito do excesso de atividades na vida das crianças
Quando o número de atividades é excessivo, as crianças tendem a demonstrar alguns sinais – a que os pais devem estar atentos – porque significa que atingiram o limite do cansaço.
As manifestações mais comuns são:
- Decréscimo de capacidades como a atenção, concentração e memória;
- Pouca tolerância e irritabilidade;
- Desmotivação;
- Distúrbios do sono.
Nestes casos, deve tentar-se perceber quais as atividades-chave e que, realmente, motivam os filhos e abdicar das outras.
Jardim de Infância: O lugar onde desenvolvimento vem em primeiro lugar
Dado o tempo que as crianças passam no Jardim de Infância, os educadores têm um papel fundamental no seu desenvolvimento.
Relativamente às atividades extracurriculares, sabem que o grau de envolvimento e a satisfação das crianças é muito importante, além da aprendizagem de competências.
Assim, os educadores também podem ter um papel na escolha das atividades: aconselhar os pais quanto à opção mais apropriada e garantir que os interesses das crianças e as suas aptidões são consideradas.
As ofertas de atividades extracurriculares na Lua Crescente representam oportunidades valiosas para que a sua criança cresça da forma mais equilibrada e feliz possível. A Lua Crescente tem tentado abranger atividades extracurriculares em várias áreas de desenvolvimento, tentando dar resposta aos variados interesses e necessidades das crianças.