A situação atípica que o país vive por conta da pandemia da COVID-19, obriga os pais a tomar decisões que podem ser uma verdadeira fonte de ansiedade e o regresso dos seus filhos à escola está no topo da lista.
A maior parte das famílias sente-se dividida entre esperar até setembro para que a criança regresse à escola, outros acreditam que estão apenas a adiar o inevitável regresso.
Afinal de contas, que riscos existem para ambas as situações? E como podem as famílias e as crianças enfrentar um possível regresso?
Este artigo procura fornecer ferramentas para que o processo seja facilitado e se sinta mais confiante com a decisão tomada.
Que riscos existem?
A grande preocupação dos pais na hora de decidir se os filhos voltam ou não para a escola prende-se com a necessidade de cumprir as normas de proteção.
Como sabemos, as crianças mais novas não têm total consciência da situação que se vive e dos perigos associados, além de ainda não terem autonomia suficiente para pôr em prática as recomendações das autoridades de saúde.
Assim, ações típicas da infância – como o ato de levar objetos à boca – podem representar mais perigo do que o habitual, dado que aumentam o risco de contágio.
Quando está na escola, a criança também contacta com várias pessoas (colegas, educadores e auxiliares) que se encontram fora do seu círculo seguro e controlado. Como tal, é compreensível que o medo de comprometer a saúde dos seus filhos, familiares e pessoas próximas vulneráveis ao vírus seja grande.
Não obstante, há também a outra face da moeda.
A importância do regresso à Creche
Para as crianças
Apesar dos riscos, o pedopsiquiatra Pedro Strecht defende que os benefícios de voltar à creche se sobrepõem ao risco associado ao regresso, uma vez que “estar fora de casa, criar e manter relação com outros adultos e, sobretudo, com crianças da mesma idade” é muito importante para um bom desenvolvimento.
Além do mais, durante o período de quarentena, passaram muito tempo com os pais em casa. Por isso, a psicóloga Inês Almeida Ramos acredita que o regresso pode ser positivo, sobretudo para quem não tem irmãos.
A escola promove, não só, o desenvolvimento social das crianças, como também, desenvolve áreas como a linguagem, a autonomia, a capacidade motora, etc., e interromper esse processo durante tanto tempo pode ser prejudicial.
É, também, natural que as crianças sintam saudades dos seus colegas, de quem estiveram afastadas, de tal forma que até os conflitos entre pares fazem falta!
Para os pais
Existem vários cenários que levam os pais a optar pelo regresso à escola. Um deles está relacionado com os compromissos laborais e com a impossibilidade de continuar a acompanhar as crianças em casa e muitos também consideram que as crianças já passaram tempo suficiente em casa, longe da escola.
Em muitos casos, os educadores tiveram de conciliar o trabalho com a presença dos filhos, o que decerto foi um desafio tremendo.
Mesmo que algumas atividades possam ser realizadas em casa, quando as crianças estão na escola, o acompanhamento é realizado por profissionais que dominam as estratégias necessárias para estimular o seu desenvolvimento.
Assim sendo, o regresso das crianças à escola, após tanto tempo confinadas em casa, permite devolver aos pais alguma normalidade, autonomia e vida própria.
Como facilitar o regresso?
Em primeiro lugar, nenhuma decisão deve ser tomada de forma precipitada para não aumentar a ansiedade. Não se esqueça que as crianças absorvem os sentimentos transmitidos pelos pais, o que pode aumentar também o seu próprio receio em regressar.
Por conseguinte, informe-se acerca das medidas de contingência da escola, – consulte aqui as da Lua Crescente – de forma aconhecer as normas de desinfeção e segurança. Assim, saberá o quanto a sua criança estará protegida e conhecerá as prevenções que deve tomar na hora de regressar à escola.
Ainda assim, e mesmo que algumas crianças se adaptem à mudança mais facilmente que outras, o regresso pode ser complicado, semelhante a quando voltam de férias após o verão, podendo em alguns casos, existir sinais de recusa, como deixar de comer ou ter pesadelos.
Contudo, caso estas situações não se prolonguem no tempo, não se preocupe demasiado – de acordo com a psicóloga Inês Almeida Ramos, as crianças têm uma “capacidade de adaptação excecional”.
A confiança nos Educadores é essencial
Apesar de, nos últimos tempos, a relação que estabeleceu com os educadores ter sido fisicamente distante, estes continuam a ter um papel fundamental na educação e desenvolvimento das crianças.
Afinal de contas, um bom educador é sempre bom, independentemente do contexto.
Se, por um lado, as medidas de segurança e proteção apertadas garantem a saúde da sua criança, a formação e cuidados dedicados dos educadores zelam pelo seu desenvolvimento, como sempre fizeram.
Mesmo em tempos difíceis, a Lua Crescente continua a trabalhar para proteger os seus filhos e proporcionar-lhes um crescimento saudável, suportando o seu processo educativo e formativo.